“Em Roma, como os romanos”, diz o ditado. Então, nas Ilhas Flutuantes dos Uros, como os Uros… 😉 Era assim que eu pensava, até descobrir que os Uros são, hoje em dia, uma etnia extinta. As famosas ilhas flutuantes feitas de totora, um tipo de junco que cresce no Lago Titicaca, são hoje habitadas pelos Aymaras… As tradições, entretanto, são preservadas – em parte, claro, para exibição aos turistas, já que o turismo é um dos principais meios de sustento da população.
A língua corrente é o aymara. “Kamisaraki!” é a expressão que todo turista aprende ainda no barco a caminho da ilha, e que é repetida nos mais diversos sotaques, conforme os turistas desembarcam na ilha e cumprimentam seus anfitriões – significa “Olá, como vai?”
A chegada às ilhas é impactante. À primeira vista, parece impossível que aquelas ilhas tenham sido “fabricadas”… A técnica, sempre a mesma desde tempos imemoriais, consiste em trançar a totora sobre uma superfície que lembra um xaxim e, portanto, flutua. A “construção” é bastante resistente – as ilhas chegam a ter mais de 2 metros de espessura – mas leve o bastante para flutuar ao sabor das águas do lago caso não seja ancorada.
Apesar da importância de se preservar a tradição, entretanto, hoje em dia ninguém mais habita as ilhas em caráter permanente. A umidade constante é uma vilã perigosa à saúde, e causa doenças respiratórias as mais diversas – um grande risco principalmente para as crianças. Para evitar maiores danos, cada família só permanece nas ilhas 2 ou 3 meses de cada vez; terminado o prazo, é preciso passar uma temporada no continente.
A principal fonte de renda das ilhas é o turismo – e a venda de artesanato aos turistas… 😀
É um passeio delicioso, e pode ser feito em um único dia. Nós contratamos o nosso com uma agência recomendada pelo hotel, ao custo de 20 soles por pessoa – algo em torno de R$ 14,00… Quem estiver em busca de uma experiência mais “autêntica”, entretanto, pode seguir os passos da Emília e passar uma noite lá… 😀 (Emília, conta pra gente o seu lado da história, tá? Atualização: o relato da Emília está nesse comentário aqui.)
Eu fiquei pouco tempo, algumas horas apenas – mas a visita aos Uros foi um dos pontos altos da minha curta temporada no Lago Titicaca…
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