A primeira impressão NÃO é a que fica…

No momento em que desembarcamos em Cuzco eu soube que estava chegando a uma das “mecas” do turismo mundial em plena alta temporada. Eu soube, pura e simplesmente, que daquele momento em diante, dificilmente voltaria a sentir a tranqüilidade que tinha experimentado no Lago Titicaca. Afinal, quem manda ser doida o suficiente pra decidir ir ao Peru em pleno mês de julho, quando os estudantes DO MUNDO INTEIRO estão de férias?!?

O aeroporto estava lotado – o desembarque estava repleto, o saguão estava apinhado, era uma multidão para todos os lados. A muito custo, pegamos a bagagem e fomos direto procurar um agente da Lan Peru – porque eu precisava pegar o meu alicate… 😆 Assim que recuperei a posse da minha “arma”, fomos tratar de arranjar um táxi.

Aqui começou o meu aborrecimento… Tanto na Bolívia quanto no Peru não existem taxímetros – o valor de cada corrida é previamente combinado com o taxista. É claro que os preços são diferentes para os locais e para os turistas, a menos que o turista seja esperto e descubra antes com alguém do local o valor que deve aceitar como justo para ir até o seu destino. Isso significa dizer que paga menos quem barganha melhor – e significa também que uns dias no Peru equivalem a um curso de pós-graduação na arte da pechincha… Eu voltei craque!!! 😀

Claro que nos aeroportos há aqueles balcões de táxi que existem nos aeroportos do mundo todo – seguros, rápidos e muito mais caros. Mas, como já estávamos acostumadas ao esquema da combinação de preços, não achei necessário, e lá fomos nós buscar um táxi. Perguntei à atendente do balcão de informações quanto eu deveria pagar por um táxi até o nosso hotel e ela me disse que um preço justo seria 4 ou 5 soles, o equivalente a algo entre R$ 2,60 e R$ 3,30… 😉 (Depois dessa viagem eu nunca mais vou achar que táxi na Argentina é barato… E me sinto assaltada a cada vez que entro em um táxi aqui no Brasil…)

Pois bem: perguntamos ao primeiro taxista quanto nos cobraria, e nos disse 10 soles. Recusei educadamente e expliquei que no balcão de informações tinham me dito que o preço justo seria no máximo 5. Ele disse que não faria menos de 10 e outro se interpôs, dizendo que faria a 6. Aceitei – afinal, não ia ficar contando tostões… Mas quando chegamos do lado de fora do saguão e o motorista do táxi já pegava as nossas malas, o sujeito me diz que o valor era mesmo 10 soles, e não poderia fazer por menos!!!

Foi então que eu subi nas tamancas!!! É por essas e outras situações semelhantes que eu agradeço pelos meus estudos de línguas – nada como se expressar bem claramente na língua da pessoa que está tentando te passar pra trás e dizer a ela em alto e bom som que pode ir catar coquinho, mas não vai te fazer de boba… Disse a ele, com toda a classe, que podia deixar as malas onde estavam, porque preferíamos voltar ao desembarque e pegar um táxi do aeroporto, ao valor que fosse, a desembolsar um único centavo além dos 6 soles combinados – e frisei bem que não era pelo valor da corrida (afinal, o que são R$ 7 por uma corrida de táxi aqui no Brasil, né?), mas pela falta de respeito ao que havia sido combinado 2 minutos antes. Ele então voltou atrás e nos cobrou o preço correto, mas fiquei apreensiva por todo o caminho até a chegada ao hotel… 🙄

No fim das contas, esse incidente acabou mexendo com os meus instintos cariocas mais arraigados… Esses preconceitos que dizem que o carioca é malandro, o paulista é trabalhador, o baiano é preguiçoso, etc. não têm nada a ver, claro, mas nesse dia eu usei o argumento a meu favor – pois então o cara estava achando que ia ser mais malandro do que a carioca aqui?!? Ah, mas não ia mesmo… 😆 😉 😛

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