Um roteiro de cafés da manhã em Buenos Aires

Muitas vezes, quando eu sugiro a alguém aqui no blog que alugue um apartamento, a pessoa me diz assim: “Mas eu não quero passar as minhas férias cozinhando e lavando louça!!!” Bom, nem eu, em sã consciência, iria sugerir uma barbaridade dessas… 😉 Quando pensei em alugar o apê, não estava pretendendo perder nem um milésimo de segundo das férias com atividades domésticas “evitáveis” – mas não dá pra fugir de jogar o lixo fora, né?

Quando falamos de uma cidade como Buenos Aires, preparar qualquer refeição, inclusive o café da manhã, é uma atividade doméstica da categoria “evitável” – afinal, estamos falando da cidade sul-americana mais bem servida de cafés, confeitarias e similares!!! Nas 7 manhãs que passamos na cidade, poderíamos ter tomado o nosso café cada dia em um lugar diferente, e sempre perto de casa – só repetimos por escolha própria.

Uma dica que seguimos foi o Café del Pilar, na esquina da Junín com Gral.Las Heras, descoberto pela Emília e endossado pelo Alexandre:

O ambiente do café é uma graça:

E pode-se escolher entre vários tipos de café da manhã, todos igualmente apetitosos. Normalmente consistem de café com leite (que pode ser trocado por café puro ou chá), medialunas (semelhantes aos croissants) e tostadas:

No dia seguinte resolvemos experimentar algum lugar que aparecesse no caminho entre o nosso apê e a Ateneo Grand Splendid – caso nada nos agradasse, bastava seguir direto para o café da livraria… 😉 Encontramos um lugarzinho simpaticíssimo bem ao lado, na própria Avenida Santa Fe, o Buenos Aires Grill – que serve um café da manhã delicioso:

Eu não gosto de café com leite, e sempre peço para que substituam o meu por alguma outra coisa. Nesse dia não precisei – uma das opções trazia um belo cappuccino!

Um dos meus cafés favoritos em Buenos Aires, a partir desta última viagem, foi o Café de la Rambla, na esquina da Posadas com a Ayacucho. Eu não o conhecia antes e foi uma descoberta totalmente por acaso. Como eu freqüentei Buenos Aires tanto tempo sem saber da existência do chocolate caliente do La Rambla, muy fuerte, feito, como gentilmente me explicou o garçom, com uma barra de chocolate amargo e outra ao leite?!? 😉

E o lugar em si, não é absolutamente lindo?!?

Arriscamos mais uma novidade no outro dia… Afinal, não tem graça só seguir as dicas, né? É preciso arriscar um pouquinho para descobrir umas pérolas e poder passar a dica adiante… 😉 E o achado da vez foi a Confitería Québec, na Avenida Callao:

O lugar é relativamente pequeno, há poucas mesas, mas tudo é delicioso…

Um lugar onde fomos apenas à tarde, mas que não deixa de ser uma opção para o café da manhã, é o Café La Biela:

É um fato que os preços lá são proporcionais à fama do lugar, mas vale experimentar…

Café Tortoni – modo de usar:

Um outro lugar que é super turístico, mas que eu simplesmente AMO e onde não deixo de ir nunca, principalmente quando faz frio, é o Café Tortoni, na Avenida de Mayo:

Não deixo de ir nunca porque não me importo que o Tortoni seja turístico. Isso não me faz diferença… O que me importa é que, seja turístico o quanto for, ele nunca vai deixar de ser um dos cafés mais lindos onde eu já fui, onde tomo os chocolates quentes mais deliciosos que existem, e que, além disso, está situado na avenida que tem a arquitetura mais bela de toda Buenos Aires.

Agora, não acho que ninguém tenha que ficar em fila na porta nem agüentar mau humor ou mau serviço no Tortoni, não – e nem contar apenas com a sorte para evitar esses dissabores… Eu acredito que o Tortoni tem um jeito certo de usar. Posso até estar enganada, mas comigo sempre deu certo. A dica é ir sempre na contramão do fluxo… Por exemplo, se tiver fila na porta, siga adiante, e deixe pra voltar outro dia. O ideal é que a entrada do Tortoni esteja assim:

Eu gosto de ir pela manhã, de preferência no meio da manhã, quando a maior parte dos portenhos já está no trabalho e os turistas ainda não chegaram. Dessa vez, entrei no café às 09:30 h e estava até mais vazio do que eu esperava:

Logo fomos atendidas e pedimos nosso café da manhã. Eu, claro, pedi o meu velho conhecido, o chocolate espeso, um dos meus favoritos. Os outros são o submarino (aquele da barrinha de chocolate no leite fervente) e o chocolate con cognac, que eu reservo para aqueles dias de frio absurdo… O chocolate espeso é misturado pelo próprio cliente, na mesa, na medida em que preferir – o chocolate derretido vem em uma jarrinha à parte, e é daqueles que povoam os sonhos de todo chocólatra… 😆

Quando saímos, mais ou menos uma hora depois, o café já estava um pouco mais cheio, mas nada lembrava a multidão que se aglomera por lá nos fins de tarde:

Acho que vale a pena, mesmo para quem esteve lá e não gostou, dar uma nova chance. É turístico, sim, mas acima de tudo, é histórico, é parte da tradição da cidade. Ah, sim, mas acho que não vale a pena provar os churros, não, Ok? Pelo menos se vocês, como eu, gostarem dos que são recheados com doce de leite. É que, na terra do melhor doce de leite do mundo, os churros não têm recheio… 🙁

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