A volta dos que não foram…

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Parece brincadeira, mas só hoje eu senti na pele o que essa frasezinha do título significa na prática…

Hoje eu estou onde não deveria estar – em casa, em frente ao computador, acabando de chegar da aula de francês, quando deveria estar jantando em um restaurantezinho bem gostoso na Recoleta… Pois é, eu deveria ter ido para Buenos Aires hoje pela manhã, e não fui.

Não dizem que para tudo tem uma primeira vez?!? Pois essa foi a primeira vez em que eu fui para o aeroporto acreditando estar com tudo absolutamente certo para viajar e não estava – foi a volta para casa dos que não foram para Buenos Aires!

Vamos aos fatos: eu tinha escolhido Buenos Aires como destino para comemorar a defesa do meu doutorado (que foi 4a.f. passada! 🙂 ) justamente porque não via necessidade de me planejar com antecedência, nem de pesquisar nada, uma vez que me viro bastante bem por lá. A idéia era levar o Jonas, meu sobrinho de 6 anos, para um passeio diferente, com os meus pais junto, claro, pra dar uma força.

Pois bem, vou repetir pra mim mesma o meu eterno mantra: toda viagem pede planejamento, por mais simples e fácil que pareça. Dessa vez, eu não fiz o meu dever de casa. Não vou atribuir culpa ou responsabilidade a ninguém, muito menos a mim mesma por não ter feito uma investigação e um planejamento mais cuidadosos às vésperas da defesa. Mas o fato é que o meu bom planejamento usual provavelmente teria evitado a nossa decepção de hoje.

Continuando a história: quando decidimos viajar, simplesmente não atentei para o fato de que a atitude mais sensata a tomar teria sido providenciar um passaporte para o pequeno, independente de acordos com os países vizinhos, Mercosul, etc. Deveria ter feito com ele como sempre faço comigo mesma: documento para viajar é passaporte, e pronto. Ao contrário, confiei na informação do Juizado de Menores, de que bastava o original da certidão de nascimento acompanhada da autorização dos pais com firma reconhecida por autenticidade (por semelhança não serve). Vejam o tamanho da roubada: ele até teria permissão para sair do país com essa documentação, mas não para entrar na Argentina!!!

Eu não sei se seria obrigação do Juizado de Menores saber que ele não poderia entrar em outro país com esses documentos; também não sei se a companhia aérea teria a obrigação de me avisar. Mas uma coisa é certa: talvez se eu estivesse com a cabeça um pouco mais descansada eu tivesse lembrado de perguntar na companhia aérea, no consulado argentino, não sei… Fica a lição: com passaporte não tem erro! 😉

Por isso, hoje eu não estou jantando na Recoleta, nem curtindo um friozinho portenho… Pelo contrário, passei o dia às voltas com mil burocracias para o adiamento da viagem, troca de datas da reserva do apartamento (a BytArgentina foi ótima, trocou as datas sem me cobrar nada!), e mil formulários para fazer o passaporte do Jonas. Mas, no fim das contas, quando passar a decepção (ele se acabou de chorar no aeroporto, e eu quase chorei junto…), vamos  fazer planos para curtir Buenos Aires em outubro com e como crianças!!! 😀

Para informações sobre a documentação necessária, formulários, pagamento de taxa e locais para a emissão de passaportes, visite o site da Polícia Federal.

Passaporte_menores

Importante: Acabo de encontrar a seguinte recomendação no site da Sakuratur:

O novo passaporte brasileiro (de cor azul) não registra filiação do viajante (não constam os nomes dos pais). Portanto, os menores de idade, viajando ou não acompanhados dos pais, além do passaporte válido, também deverão apresentar no check in o RG ou certidão de nascimento originais. Isso é necessário para se comprovar a filiação.

Mais uma informação que eu não tinha encontrado em nenhum outro lugar – na dúvida, melhor prevenir e levar logo tudo… 😉 Lembro que, caso a criança viaje sem o pai ou a mãe, precisa levar a autorização com firma reconhecida por autenticidade – o passaporte, RG ou certidão não substituem essa autorização!

Atualização: Não é que o Jorge Giramundo Bernardes já tinha atentado para essa ineficiência do passaporte azul? Veja o post dele sobre o assunto aqui… 😉

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