Dicas do Chile – do Atacama aos Lagos Andinos

Queridos, resolvi publicar esse post sobre o Chile novamente por causa de problemas técnicos na postagem original, que surgiram aqui no novo I&V. Não sabemos se foi a mudança para o domínio próprio ou  a troca de template que sumiu com os comentários da página, e acabou com a interação entre mim e vocês em um dos posts de maior utilidade do I&V… 🙁 Depois de muito pensar sobre a melhor forma de contornar a situação, achei por bem deixar aqui um link para a leitura dos comentários no antigo endereço do WordPress… 😉 Reparem que lá não é mais permitido postar comentários, ou seja, novos comentários devem ser feitos aqui, Ok? Mantive o post como foi escrito originalmente, em março de 2007 –  então peço desculpas antecipadas pelos valores ultrapassados, e agradeço de antemão aos que me oferecerem atualizações… 😀

 

Em setembro de 2000, percorri o Chile de norte a sul, do Deserto do Atacama a Puerto Montt. Cruzei então os Lagos Andinos para Bariloche e segui para Buenos Aires (só pra não perder o costume… 😉 ). Fui com uma amiga, e organizei tudo sozinha – apenas comprei um pacote para o Atacama em uma agência de Santiago. Levamos 17 dias no percurso, mas eu aumentaria esse tempo para no mínimo uns 20 dias, se fosse refazer a viagem hoje. Em janeiro de 2006 estive de novo no Chile, mas apenas revisitei Santiago, Viña del Mar e Isla Negra. Então, de 2000 pra cá, pode ser que alguns hotéis e/ou restaurantes tenham perdido um pouco do encanto, ou que os preços tenham subido, porque não tive a oportunidade de reavaliar muito do que vi em 2000… Mas acredito que as estratégias do roteiro continuem válidas.

Compramos uma passagem Rio / Santiago // Buenos Aires / Rio, pela Varig (US$ 450), um pacote de 4 dias e 3 noites para o Deserto do Atacama (US$ 400, na AF Tour, em Santiago) e uma passagem Bariloche / Buenos Aires pela Aerolíneas Argentinas (US$ 125).  Claro, os custos são de mais de 6 anos atrás, mas mesmo naquela época um pacote de 4 dias para o Atacama a menos de US$ 500 era uma barganha daquelas… 😉

Chegamos em Santiago na hora do almoço, e o tempo estava super chuvoso – um azar daqueles, porque só tínhamos esse dia e o seguinte na cidade… Solução? Desbravar Santiago na chuva mesmo, claro!

Em 2000, fiquei hospedada em um hotelzinho muito sem graça, mas em um bairro altamente recomendável: Providencia. Em 2006, a escolha foi o Hotel Diego de Velazquez. Uma das melhores características desse hotel é a localização, a 2 quadras da Avenida Suécia, onde há vários restaurantes e pubs. Os quartos são enormes e todo hóspede tem direito a 1/2 hora de Internet grátis por dia. Além disso, há um pequeno shopping bem em frente, onde há uma casa de câmbio, livrarias, cafés, sorveteria… Só é chato que esse hotel recebe muitos pacotes de operadoras brasileiras, então às vezes fica meio “muvucado”… A tarifa Internet é US$ 85 o quarto duplo – conforme vi no site do hotel, mas deve ser possível conseguir por menos com um bom agente de viagens ou nos atacadistas.

Algumas sugestões de lugares para se visitar em Santiago:

  • O Palacio de la Moneda – o palácio do governo;
  • A Plaza de Armas – a Catedral, o Correio Central, o Museu Histórico Nacional;
  • O Museu de Arte Pré-colombiana;
  • O Mercado Central – com seus peixes e frutos do mar típicos do Pacífico, e ótimos restaurantes;
  • Os Cerros Santa Lucia e San Cristóbal – de preferência subindo de funicular ou teleférico (de ônibus ou carro acho meio sem graça…);
  • La Chascona, a casa de Pablo Neruda;
  • O bairro Londres-Paris, e sua arquitetura dos anos 20 totalmente preservada;
  • Um bom passeio a pé pelo bairro residencial de Providencia;
  • Uma visita a uma vinícola próxima à cidade, como a Concha y Toro.

Algumas fotos de Santiago:

O Palacio de la Moneda:

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A Catedral Metropolitana:

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O Mercado Central:

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Santiago vista do Cerro San Cristóbal (a Cordilheira dos Andes ao fundo):

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A esquina Londres-Paris:

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A entrada da vinícola Concha y Toro:

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São apenas sugestões, claro – há mais, muito mais… 🙂 Uma leitura muito recomendável é o livro Santiago do Chile, da Martha Medeiros.

No dia seguinte, partimos para o Atacama logo de manhã cedo. O nosso pacote incluía o vôo Santiago / Calama / Santiago pela Lan Chile, o transporte Calama / San Pedro de Atacama / Calama em van, 3 noites no Hotel Casa de Don Tomas, e alguns passeios:

  • 1o. dia: Valle de Marte (também conhecido como Valle de la Muerte!), Cordillera de la Sal e Valle de la Luna;
  • 2o. dia: Povoado de Toconao, Valle del Jerez e Salar de Atacama;
  • 3o. dia: Geysers del Tatio – o melhor de todos, na minha opinião! A gente sai do hotel às 4 da manhã, viaja por umas estradas quase inexistentes até a fronteira da Bolívia (a mais de 4000 m de altitude e temperatura média de 10 graus negativos) e chega lá antes do nascer do sol, quando os gêisers estão em plena atividade. Contando assim parece masoquismo, mas ver o sol nascendo no Tatio é de uma beleza indescritível, vale o sacrifício… 😉

Intercalados a esses passeios ainda visitamos o centrinho de San Pedro, o Museu de Antropologia, experimentamos os restaurantes e bares da Calle Caracoles… Quando fui, havia 3 opções de restaurantes: o Café Adobe – meu favorito, onde todas as noites havia uma fogueira no chão, a céu aberto, bem no meio do bar, e 2 pisco sours pelo preço de um na happy hour -, o La Estaka e o Casa de Piedra. Na manhã do último dia, ainda deu tempo de visitar o Pukará de Quitor, uma fortaleza inca – bom, já estou até vendo o Riq dizer que isso tudo é pra quem é da Bicho Carpinteiro Tours… 😀

Escaneei algumas fotos – infelizmente não ficaram muito boas, não… 🙁

A Igrejinha de San Pedro de Atacama:

A Cordilheira do Sal:

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Turistas caminham pela duna para ver o pôr-do-sol:

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O pôr-do-sol no Vale da Lua:

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O Valle del Jerez:

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O Salar de Atacama:

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O pôr-do-sol no Salar:

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A Laguna Chaxa, ainda no Salar:

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O nascer do sol no Tatio:

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Chegamos de volta a Santiago à noite, no aeroporto mesmo pegamos o carro que tínhamos reservado (para devolver em Puerto Montt), passamos mais uma noite na cidade e no dia seguinte de manhã partimos rumo ao litoral. Fomos direto a Viña del Mar, nossa primeira escala. Bom, talvez tenha sido um erro – Viña é um balneário, com toda a tristeza peculiar a um balneário no inverno… Precisei voltar lá no verão para apagar a má impressão! Além disso, ficamos em um hotel muito chinfrim, o que não ajudou em nada…

Viña no inverno:

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Viña no verão:

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No dia seguinte, deixamos Viña em direção ao sul. A intenção era passar por Isla Negra, visitar o Museo Neruda e chegar a Chillán ainda no mesmo dia, percorrendo cerca de 400 km. Normalmente, o trecho de Santiago a Puerto Montt ou Puerto Varas é feito de avião ou em ônibus noturno, quando se viaja de pacote. Pois eu digo: GRANDE ERRO!!! A viagem de carro, em 4 ou 5 dias (são uns 1000 km), pela Ruta 5, com algumas paradas estratégicas, é simplesmente demais, um dos pontos altos da viagem – e não deve ser deixada de lado!

A estátua de Neruda em frente ao mar de Isla Negra:

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O Museo Neruda em Isla Negra:

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A partir de Isla Negra segue-se um pouco pela costa antes de tomar a Ruta 5, a estrada que liga o norte ao sul do país, parte da Rodovia Panamericana. Uma das cidades mais lindinhas da região é Cartagena:

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Depois toma-se a direção de San Fernando, já no Vale do Colchagua, que na época ainda não era tão badalado como destino de enoturismo. Uma pena, mas compenso essa lacuna em uma próxima vez…

Na primeira noite que passamos na estrada, nos hospedamos no Hotel Las Terrazas, em Chillán. É um 4 estrelas no centro da cidade, um hotel bem executivo. Mas o maior barato é que ele ocupa 2 andares de um shopping center, então tem aquela arquitetura circular meio engraçada, e um belo jardim de inverno no meio. A tarifa para os fins de semana é US$ 69 o quarto duplo. Como os preços dos hotéis estavam nos parecendo muito bons, ao longo desses dias on the road adotamos a estratégia de chegar à cidade escolhida, abrir o guia, escolher o hotel que mais nos agradasse e ir lá perguntar o preço. Perigoso, né? A tarifa balcão podia ser estratosférica… 😉 Pois demos uma sorte danada…

Esta é a Plaza El Roble, a principal de Chillán – nota-se que era uma manhã de inverno!

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No caminho de Chillán a Valdivia estão as grandes atrações desse roteiro… De surpresa, na beira da estrada, demos de cara com o Salto del Laja, um lindo cartão postal do Chile, país repleto de cartões postais… Aliás, essa foto é um postal que escaneei – não consegui uma única foto bonita do Salto!

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Mais adiante, passamos por Temuco, paramos em Villarrica, vimos o lago, o vulcão e, infelizmente, não pudemos seguir viagem até Pucón (mancada, eu sei!), porque estava ficando tarde… Em compensação, tomamos um chocolate quente com torta em um café da cidade que era o seguinte… 🙄

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Esse trecho da estrada, entre Temuco e Valdivia, é o começo de uma seqüência de paisagens belíssimas:

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Em Valdivia, nossa escolha foi logo o melhor hotel da cidade – rumamos direto pro Pedro de Valdivia, claro. Essa foi a maior pechincha de toda a minha vida!!! O melhor hotel da cidade, um 5 estrelas classicão, a cerca de US$ 70!!! Super bem localizado, às margens do rio que corta a cidade, talvez apenas um pouco impessoal, um pouco pomposo demais…

Essa foto de Valdivia também é um postal escaneado:

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No dia seguinte tínhamos apenas os poucos quilômetros finais para percorrer até Puerto Montt. Paramos então em Frutillar, uma antiga colônia alemã à beira de um lago, para um almoço no Selva Negra, um restaurante delicioso.

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Depois do almoço seguimos até Puerto Varas apenas para escolher um hotel e deixar a bagagem, porque tínhamos o compromisso de devolver o carro no aeroporto de Puerto Montt – mas queríamos aproveitar para dar um giro rápido pela cidade antes. Em tempo: pagamos cerca de US$ 300 pelas 4 diárias do carro, incluindo o seguro total e a taxa de devolução em Puerto Montt, na Full Fama, uma locadora que nem sei se ainda existe (não encontrei um site próprio agora…)

E valeu ter feito o passeio – vimos esse anoitecer lindo na Baía de Puerto Montt:

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O passeio do Cruce de Lagos costuma partir de Puerto Varas, que é uma cidade muito mais bonita e aconchegante do que Puerto Montt – ou seja, vale a pena hospedar-se lá. Escolhemos o Hotel Licarayén, bem em frente ao Lago Llanquihue, com vista para o vulcão Osorno! Aliás, a vista é o ponto alto dos quartos, que ficam de frente para o lago e têm vidraças imensas, para que não se perca nada. Como se não bastasse, os quartos são lindos, revestidos de madeira clarinha, super aconchegantes – ah, sim, e o quarto duplo custa menos de US$ 60!!!

Este é o nosso hotel – e a outra foto mostra a igrejinha de Puerto Varas:

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Dois dias depois, fizemos o Cruce de Lagos para Bariloche. Nossa primeira parada foi nos Saltos del Petrohue:

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No caminho dava pra ver o Vulcão Calbuco muito próximo – uma visão bem impressionante não apenas pela altura, mas também por conta do entorno um tanto quanto sombrio:

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Seguimos de barco, ônibus, barco, ônibus e assim por diante até Peulla, onde almoçamos:

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Alguns quilômetros adiante chegamos à fronteira Chile – Argentina, em plena estradinha coberta de neve no meio dos Andes:

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Bom, aí já é Argentina, deixo para uma outra ocasião… 😀

Hoje, se eu fosse refazer a viagem, consertaria alguns errinhos… Aumentaria 1 dia ou 2 na minha primeira estada em Santiago, já que nunca havia visitado a cidade. Acrescentaria mais 2 noites na viagem para o sul, para poder pernoitar também no Vale do Colchagua e em Pucón. Como era o fim do inverno, eu acreditei que não haveria mais neve em Bariloche, e fiquei só 2 dias – pois ficaria mais. Por fim, passaria o resto do meu tempo disponível em Buenos Aires, descansando das férias – como eu disse antes, só pra não perder o costume… 😉

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