Os dois dias que passamos em Santiago ao final do cruzeiro não foram tanto para turistar quanto para matar as saudades. Não era a primeira visita à cidade de nenhum de nós, e assim pudemos escolher ficar tão pouco tempo sem frustração, e principalmente sem a obrigação de bater ponto em cartões-postais – voltamos apenas aos lugares onde queríamos mesmo voltar… 😉
Um deles foi La Chascona, a casa no bairro de Bellavista onde Pablo Neruda viveu com Matilde Urrutia, a chascona do nome da casa – chascona, em espanhol, significa descabelada. (Será por identificação pessoal que eu gosto tanto da casa?!? 😯 )
A casa foi preservada como museu pela Fundação Neruda, juntamente com as outras casas do poeta – La Sebastiana, em Valparaiso, e Isla Negra. As visitas guiadas são super interessantes, e devem ser reservadas com antecedência, pelo site mesmo – sem reservas, é preciso ficar esperando um horário livre, o que pode demorar um bocado…
Após a visita, como já estávamos ali por Bellavista mesmo, resolvemos subir ao Cerro San Cristóbal, de uma forma bem mais divertida do que nos ônibus turísticos de city-tour: de funicular! 😀
Fizemos um pequeno passeio lá em cima…
… observamos a vista da cidade…
… e logo o calor me convenceu a provar uma bebida típica de Santiago, que eu já tinha visto ser recomendada em vários guias e revistas – o mote con huesillos:
A bebida é um tipo de suco, servida com mote (grãos, em quéchua) de trigo e huesillos, ou seja, duraznos, quero dizer, pêssegos… 😉 Eu achei gostoso, mas o conjunto é tão adocicado que depois de uns poucos goles se torna enjoativo. Imagino que seja uma daquelas coisas que ou se gosta desde criança ou então não tem muito jeito de acostumar… De qualquer forma, acho que vale a pena experimentar – as carrocinhas estão espalhadas por vários pontos da cidade, principalmente no centro.
Ao final do passeio pelo Cerro, demos uma volta pelo bairro para escolher algum lugar para comer. Não seria uma tarefa fácil, porque era o Dia dos Namorados (14 de fevereiro, Valentine’s Day no mundo todo…) e a esquecida aqui não tinha se lembrado disso para fazer uma reserva em algum restaurante com semanas, e não dias, de antecedência… Resultado: acabamos entrando no Patio Bellavista para comer alguma coisa, sem sofrimento – nossa escolha foi um belo sanduíche com cerveja, na varanda do Le Fournil Bistrot, para espantar o calor…
No dia seguinte, continuamos a missão de rever alguns lugares e suprir algumas lacunas. Logo pela manhã fomos ao Cerro Santa Lucía – bem no centro da cidade, mas bucólico como se estivesse a quilômetros de distância…
Estivemos lá alguns dias antes do terremoto de fevereiro, que danificou (não sei se muito ou pouco) as construções do Cerro Santa Lucía. Faço votos para que a restauração esteja se processando a todo vapor!
Também no centro, um recanto onde eu vou todas as vezes que estou em Santiago, só para caminhar sem pressa e ver a bela arquitetura, é o Barrio Paris-Londres. São apenas duas ruas – a Paris e a Londres – e muita história preservada desde o início do século XX.
Para finalizar o passeio, caminhamos um pouco pelo centro em direção ao Mercado Central, onde meus pais nunca tinham almoçado. Não é exatamente um programa maravilhoso, eu diria que se enquadra naquela categoria de “já fiz uma vez, não preciso repetir nunca mais”… 😉
Foi bom rever Santiago, mas acho que não deu para matar as saudades… Fiquei me devendo voltar… 😉
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